Alguma vez eu já disse que amo os 90's?
Além de tudo que eu já disse quando postei That Dog aqui no blog (até rimou), 90% do que eu ouço iniciou ou se fortificou nos 90's e, quem acha que eu falo apenas de Seatle, California ou UK, se engana. Aqui pelas terras cor de brasa se fez som de altíssima qualidade nos anos 90. Em tempos de Bill Gates, Princesa Diana e Tamagotchi, o Brasil enchia as ruas de Caras Pintadas e a televisão ganhava uma nova cara, agora sem censura e mais jovem com a MTV. O que se ouvia nas rádios, ou vinha de Minas ou de Brasília, mas, se você não morasse em São Paulo ou Rio, o que não sabia é que a cena indie brasileira da época era a melhor que já existiu.
A vanguarda do rock nos 90's tinha rifes sujos e sons estranhos. Logicamente, as bandas da época também queriam reconhecimento, mas o diferencial é que a independência e liberdade sonora se sobrepunha à qualquer oferta de gravadora, mas elas são espertas, as gravadoras se adequaram à isso e passaram a investir nas bandas pra serem do jeito que elas realmente são. O resultado foi a explosão do rock alternativo representado por Tennage Fanclub, Sonic Youth, Superchunk, entre outras, mas ainda antes dessas bandas se revelarem por aqui, o Brasil mostrava que tinha representantes de peso nessa área. O Pin Ups abriu os caminhos da cena independente brasileira quando esse termo ainda nem era conhecido.
Formado em 1988 e criada nos palcos do Espaço Retro (casa mais cult de SP), o Pin Ups lançou o primeiro disco, Time Will Burn, em 1990, quando ainda eram um trio. A capa desse disco mostra um visual que mais tarde foi muito comum entre as bandas inglesas. Os dois próximos discos, Gash e Scrabby?, (92/93) já contaram com a baixista Alê e variam entre as influencias dos Stooges, Stone Roses e Jesus and Mary Chain, mas em 1995, com o início da trilogia cinematográfica, sendo lançado o disco Jodie Foster, foi onde a banda ganhou a cara que me fez achar o Pin Ups uma das melhores bandas brasileiras que já existiram. Alexandra assumiu os vocais e uma segunda guitarra foi inclusa dando à banda um tom único e inovador. A tal trilogia seguiu com o disco Lee Marvin de 1997 e o derradeiro da banda, Bruce Lee, de 1999.
Para infelicidade dos fãs, o album que, segundo Zé Antônio (único membro que se manteve durante toda história da banda), seria o melhor da carreira, nunca chegou a sair. Em 2000 a frontwoman Alê resolveu sair da banda, levando consigo Flávio e Eliane. Porem, no ano seguinte, Zé Antônio ainda tentou reviver a banda com membros membros de ponta (uíí) como Pedrinho (ex-Killing Chainsaw) na bateria, Chuck (ex-Forgotten Boys no Baixo) e Ramon (ex-Strada) na segunda guitarra, mas infelizmente essa formação durou apenas alguns shows e no mesmo
ano, depois de 13 anos de carreira, o Pin Ups teve seu fim definitivo, deixando claro para todos o que realmente é ser independente.
O album que lhes ofereço hoje é Lee Marvin, o segundo da trilogia cinemaográfica e melhor da banda. O disco conta com musicas que latejam a veia indie no melhor estilo que a década ofereceu além de baladas que dão inveja à muita banda gringa e a musica mais marcante da banda, You Shouldn't Go Away.
Enjoy!
Lee Marvin - 1997
01 - Weather
02 - It's Your Turn
03 - Guts
04 - Loneliness
05 - It's Alright For You
06 - Fast Cars
07 - Butter
08 - Resting Time
09 - Putting Things Together
10 - You Shouldn't Go Away
11 - Hidden Track
12 - Hidden Track 2
3 comentários:
eu nunca sei se gosto mais do lee marvin ou do jodie foster...e eu li todo post.... :)
Quase chorei lendo o post :x
e ficou bom, Cristian?
pensei um monte em ti quando escrevi o post, afinal, tu és a única pessoa que eu conheço que conhece Pin Ups!
Postar um comentário